Você já estruturou seu inventário, configurou integrações com SSPs e acompanha de perto as métricas de desempenho das suas campanhas. Mas mesmo com tráfego qualificado e boa viewability, seu eCPM continua abaixo do esperado.
O que está faltando?
Na maioria dos casos, o problema não está na quantidade de impressões nem na qualidade da audiência — e sim na falta de controle sobre o valor mínimo aceito por cada impressão.
É aí que entram as regras de preços no Google Ad Manager (GAM).
Elas permitem que você defina o piso de valor que seu inventário deve aceitar, levando em consideração variáveis como dispositivo, formato, posição e até comportamento do usuário. E quando bem aplicadas, essas regras têm impacto direto no aumento do eCPM e, claro, da receita.
Neste artigo, você vai entender:
- O que são as regras de preço no GAM;
- Como configurá-las com inteligência;
- Quais armadilhas evitar;
- E como usá-las para alavancar seu faturamento com base em dados — e não em suposições.
Vamos à prática.
O que são regras de preços no GAM e por que elas impactam o eCPM?
As regras de preços no Google Ad Manager (também chamadas de price floors) são configurações que determinam o valor mínimo que você está disposto a aceitar por uma impressão.
Ou seja: é como dizer ao mercado programático “abaixo disso, meu inventário não está à venda”.
Ao aplicar essas regras, você filtra os lances que chegam à sua operação, evitando que impressões premium sejam vendidas por centavos simplesmente porque não havia um limite claro estabelecido.
O impacto no eCPM é direto:
- Sem regras de preço: seu inventário aceita lances baixos, diminuindo o valor médio pago por mil impressões.
- Com regras bem definidas: você estabelece um piso mínimo e eleva o valor médio do seu inventário, aumentando o eCPM geral — mesmo com o mesmo volume de impressões.
Em outras palavras, as regras de preço são a sua ferramenta para posicionar o inventário com mais valor no mercado.
Quando aplicar regras de preço fixo e quando usar regras granulares?
Um dos erros mais comuns é usar regras genéricas para todo o inventário. Embora seja melhor do que não ter nenhuma regra, isso ignora que diferentes blocos e audiências têm potenciais de valor muito distintos.
Por isso, é importante entender as duas abordagens:
- Regras de preço fixo: aplicam o mesmo piso para todo o inventário. Útil como ponto de partida ou para quem ainda está validando as primeiras configurações.
- Regras granulares: permitem definir diferentes preços mínimos com base em critérios como dispositivo (mobile/desktop), posição (in-content, sticky, header), formatos (banner, native, vídeo), geolocalização ou comportamento de audiência.
A abordagem granular permite capturar o valor real de cada contexto. Um anúncio acima da dobra em um artigo de finanças acessado via desktop no horário comercial, por exemplo, deve ter um piso diferente de um banner no rodapé de um conteúdo genérico.
Granularidade, quando bem aplicada, é o que separa uma operação básica de uma operação de mídia programática com inteligência comercial real.
Segmentação estratégica de regras de preços: por dispositivo, posição e audiência
A grande força das regras de preços está na possibilidade de segmentá-las com base no comportamento do inventário. Veja algumas formas eficazes de fazer isso:
- Por dispositivo: usuários em desktop costumam ter maior tempo de permanência, viewability superior e melhor CTR. Isso permite aplicar floors mais altos.
- Por posição do anúncio: blocos in-content e sticky geralmente têm maior visibilidade e performance. Posições no rodapé ou abaixo da dobra devem ter floors mais baixos — ou até serem usados como inventário de fallback.
- Por geolocalização: o eCPM para visitantes do Brasil tende a ser diferente de países com maior volume de anunciantes, como EUA ou Canadá. Regras por país permitem extrair o máximo do tráfego internacional.
- Por segmentação contextual ou de audiência: se você possui dados sobre o tipo de conteúdo ou comportamento dos usuários (como leitores de conteúdo premium, artigos evergreen, ou usuários recorrentes), pode aplicar regras específicas para esse público.
Quanto mais você segmenta com base em dados reais de performance, mais assertiva será sua precificação — e melhor será seu retorno por impressão.
Como configurar regras de preços passo a passo no Google Ad Manager
Agora que você entendeu o conceito e as possibilidades de segmentação, é hora de colocar a mão na massa. A configuração das regras de preços no GAM é relativamente simples — mas exige atenção aos detalhes para funcionar corretamente.
Veja o passo a passo básico:
- Acesse sua conta no Google Ad Manager
Vá até o menu lateral e clique em Inventário → Regras de preços. - Crie uma nova regra
Clique em “Nova regra de preços” e defina um nome claro e identificável. Exemplo:Floor Desktop In-Content 728x90. - Escolha o tipo de regra
Você pode aplicar para:- Itens de linha (line items)
- Tags de anúncio
- Ambientes específicos (web, app)
- Defina os critérios de segmentação
- Dispositivo: mobile, desktop, tablet;
- Tamanho do criativo: ex. 300×250, 728×90, 320×100;
- Localização do anúncio: por slot específico ou página.
- Insira os valores de floor (CPM mínimo)
Defina o valor desejado para cada critério. Exemplo:- 300×250 mobile: R$ 1,20
- 728×90 desktop: R$ 2,50
- Salve e publique
Depois de revisar todos os parâmetros, clique em Salvar. As regras entram em vigor e começam a influenciar a dinâmica dos leilões imediatamente.
Dica avançada: use rótulos e nomenclaturas consistentes nos seus blocos de anúncio para facilitar a vinculação com as regras e o acompanhamento de performance posteriormente.
Quais erros comuns derrubam o eCPM mesmo com regras de preço ativadas?
Configurar regras de preço é apenas o começo. Sem um monitoramento criterioso e decisões baseadas em dados, é fácil cair em armadilhas que podem prejudicar seu desempenho.
Veja os erros mais comuns:
- Overpricing (preço alto demais): definir floors muito acima do valor de mercado pode reduzir drasticamente a taxa de preenchimento (fill rate), prejudicando sua receita geral.
- Falta de segmentação: aplicar o mesmo floor para todos os formatos e posições ignora o potencial diferenciado de cada contexto.
- Não testar variações: usar apenas um valor fixo sem rodar testes A/B impede que você descubra o ponto de equilíbrio ideal entre preço mínimo e volume de preenchimento.
- Ignorar a performance por país: aplicar o mesmo floor para tráfego nacional e internacional pode fazer você perder oportunidades de alto valor — ou rejeitar lances competitivos fora da sua base principal.
Evitar esses erros aumenta não só o eCPM, mas também a confiabilidade da sua operação para os anunciantes.
Como saber se suas regras estão funcionando?
Depois de aplicar suas regras de preço, o próximo passo é acompanhar os dados certos para saber se a estratégia está gerando resultado. Os principais indicadores que você deve monitorar:
- eCPM por item de linha ou bloco: observe se o valor médio por mil impressões está aumentando nas posições onde as regras foram aplicadas.
- Taxa de preenchimento (fill rate): cuidado com quedas acentuadas — elas podem indicar floors agressivos demais.
- Viewability por posição: acompanhe se os blocos com melhores pisos continuam entregando boa visibilidade.
- Receita total por slot: compare antes e depois da ativação da regra para entender o impacto direto.
Com esses dados em mãos, você pode ajustar suas regras em ciclos quinzenais ou mensais — testando diferentes valores por segmento, removendo regras ineficientes e escalando aquelas que funcionam.
Regras de preço como alavanca de negociação e escalabilidade da receita
Além do impacto direto no eCPM, as regras de preços bem aplicadas oferecem um benefício estratégico mais profundo: valorizam sua posição dentro dos leilões programáticos e transformam o seu inventário em um ativo mais competitivo.
Veja como:
- Você afasta anunciantes de baixo valor, liberando espaço para lances mais qualificados;
- Ganha previsibilidade de receita mínima, mesmo em períodos de oscilação de demanda;
- Consegue negociar deals diretos com pisos mais altos, mostrando que seu inventário já opera acima da média do mercado;
- E cria uma base sólida para testar formatos premium, como vídeo ou rich media, que naturalmente operam com floors mais elevados.
Em resumo, as regras de preço deixam de ser apenas um ajuste técnico e passam a ser uma ferramenta de precificação inteligente — essencial para quem quer escalar a operação programática com consistência, sem abrir mão do controle e da performance.
Conclusão
Ao longo deste conteúdo, você viu que regras de preços no Google Ad Manager (GAM) não são apenas uma configuração adicional: elas são uma alavanca direta para aumentar o eCPM e escalar sua receita programática com controle real.
Com elas, você deixa de aceitar qualquer lance e passa a estabelecer padrões mínimos de valorização para o seu inventário. Isso significa:
- Maior consistência na receita por impressão;
- Melhoria na percepção do seu inventário pelas DSPs;
- Mais competitividade em leilões premium;
- E uma operação mais inteligente, previsível e profissional.
Para publishers e times de AdOps que já dominam a operação básica e querem dar o próximo passo, dominar as regras de precificação é parte obrigatória do processo de maturidade.
Como a AdSeleto pode ajudar
Na AdSeleto, ajudamos publishers e operadores programáticos a:
- Estruturar estratégias de price floor por segmento, posição e perfil de audiência;
- Testar variações de regras de forma segura e baseada em dados;
- Acompanhar indicadores críticos como eCPM, fill rate e revenue por slot;
- Conectar seu inventário com parceiros premium e melhorar a competitividade nas SSPs.
Se você quer sair da zona de conforto do AdSense ou das regras genéricas e transformar sua operação em uma máquina otimizada de mídia, a AdSeleto pode ser o seu próximo passo.
Quer aumentar o eCPM e valorizar o seu inventário com estratégias profissionais no GAM? Fale com os especialistas da AdSeleto e veja como aplicar regras de preço que realmente geram impacto na sua receita.
