Para um publisher, cada visitante que acessa o site é mais do que um número de tráfego: é uma oportunidade de relacionamento e de valor. Mas como transformar esse valor em dados confiáveis, úteis e que realmente aumentam a receita? É aqui que entram os hashed emails.
Antes de falarmos sobre hashed emails, precisamos primeiro discutir o contexto – a história dos cookies de terceiros (third-party cookies). Os cookies foram originalmente inventados para ajudar os sites a rastrear seus visitantes e quais sites eles visitaram anteriormente. Eles funcionam essencialmente como um código de rastreamento colocado no dispositivo do usuário, permitindo que os sites reconheçam visitantes recorrentes e personalizem o conteúdo de acordo.
Você já procurou por algo como óculos de sol Rayban e os anúncios da Rayban passaram a seguir você pela internet? Isso é o resultado da ação dos cookies.
Durante anos, a publicidade digital dependia de cookies de terceiros para veicular anúncios altamente direcionados. Mas, à medida que navegadores como Safari e Firefox começaram a bloqueá-los e o Google Chrome começou a eliminá-los gradualmente em 2021, o setor enfrentou uma grande mudança. O problema? Os cookies de terceiros permitiam que os anunciantes coletassem dados dos usuários e rastreassem o comportamento de navegação com pouca supervisão.
Entram em cena leis de privacidade como o GDPR. De acordo com essas regulamentações, os sites devem obter o consentimento do usuário antes de armazenar dados de cookies de terceiros. Isso significa dar aos visitantes controle sobre seus dados, seja optando por desativá-los completamente ou selecionando quais cookies eles permitem. Mesmo com essas medidas, os usuários continuam exigindo mais transparência e controle, levando o setor a buscar soluções sem cookies.
Agora, embora o Google tenha temporariamente suspendido seu plano de descontinuar os cookies, o movimento em direção à publicidade que prioriza a privacidade está a todo vapor.
Como publisher, adotar soluções sem cookies é importante para manter a segmentação do público, a personalização e as fontes de receita, ao mesmo tempo em que se mantém em conformidade com as regulamentações de privacidade. Existem várias alternativas de cookies de terceiros disponíveis, mas hoje vamos analisar o hashed email.
Mais do que um simples cadastro de newsletter, o hashed email permite que informações de usuários sejam transformadas em identificadores seguros, que protegem a privacidade e, ao mesmo tempo, ampliam as possibilidades de segmentação para anunciantes. Em outras palavras: quem coleta e ativa esses dados de forma estratégica ganha vantagem competitiva no mercado.
Neste artigo, vamos explicar o que são hashed emails, como funcionam e por que se tornaram peça-chave para publishers que desejam fortalecer sua operação de mídia e abrir novas oportunidades de monetização.
O que são hashed emails
Um hashed email nada mais é do que um e-mail transformado em um identificador criptografado. Em vez de armazenar e compartilhar o endereço em texto aberto, o sistema aplica um algoritmo de hashing — como o SHA-256 — que converte a informação em uma sequência única de caracteres.
Aqui está um exemplo simples:
- E-mail original: [email protected]
- Hashed output (SHA-256): 9b74c9897bac770ffc029102a200c5de.d5d3dcd3c8a12315f28d56d7a1e73a
O resultado é que o email original não pode ser lido ou revertido, mas ainda funciona como uma “chave” para reconhecer aquele usuário em diferentes ambientes digitais. Isso garante privacidade para o visitante e, ao mesmo tempo, valor para o publisher, que passa a ter um dado confiável e padronizado para conectar sua audiência a diferentes plataformas de mídia.
Na prática, o hashed email é o ponto de encontro entre segurança do usuário e eficiência de segmentação. Ele preserva a identidade do visitante, mas permite que o publisher monetize melhor sua base, oferecendo aos anunciantes um dado consistente e com muito mais peso no ecossistema programático.
Por que os hashed emails são importantes para publishers
Para os publishers, os hashed emails representam muito mais do que uma solução técnica: eles são um ativo estratégico. Ao transformar um cadastro simples em um identificador seguro, o publisher passa a ter um dado confiável que pode ser usado em múltiplos cenários de monetização.
O primeiro ponto é a privacidade. Em um ambiente digital onde usuários estão cada vez mais atentos a como suas informações são usadas, trabalhar com dados anonimizados reforça confiança e transparência. Isso fortalece a relação com a audiência e cria um diferencial competitivo frente a sites que ainda não adotam práticas seguras.
O segundo é a relevância comercial. Anunciantes estão dispostos a investir mais quando sabem que estão alcançando pessoas reais e qualificadas. Os hashed emails entregam exatamente isso: um identificador único que permite segmentação de alto valor, sem comprometer a privacidade.
E o terceiro é a sustentabilidade da operação de mídia. Publishers que constroem sua própria base de dados deixam de depender apenas de terceiros e ganham maior controle sobre como sua audiência é ativada em campanhas programáticas. Isso se traduz em mais previsibilidade, maior margem de negociação e novas oportunidades de receita.
Benefícios diretos da adoção de hashed emails
A implementação de hashed emails traz resultados concretos para a operação de um publisher. Entre os principais benefícios:
- Confiança do usuário: ao mostrar que coleta e utiliza dados de forma segura, o publisher reforça transparência e fortalece a relação com sua audiência.
- Novas oportunidades de monetização: anunciantes valorizam dados consistentes e de qualidade, o que aumenta o potencial de acordos diretos e melhora o desempenho em programática.
- Maior previsibilidade: com um identificador confiável, é possível manter segmentações eficientes mesmo em um cenário de mudanças constantes no ecossistema digital.
- Valorização do inventário: quando o publisher consegue provar que sua audiência é legítima e rastreável de forma segura, o CPM tende a subir, elevando o valor dos espaços publicitários.
- Controle estratégico sobre dados: a base não fica refém de plataformas externas. O publisher passa a ser dono do ativo que sustenta seu negócio.
Em resumo, hashed emails transformam dados comuns em vantagem competitiva, ajudando publishers a manter relevância e receita em um mercado cada vez mais exigente.
Como publishers podem implementar hashed emails
Adotar hashed emails não exige transformações radicais na operação, mas sim uma estratégia clara de coleta e integração de dados. Os pontos de partida mais comuns são:
- Cadastros em newsletters: cada inscrição é uma oportunidade de transformar o e-mail em um identificador seguro, que poderá ser utilizado em segmentações futuras.
- Áreas logadas e conteúdos exclusivos: criar seções restritas, como comunidades ou materiais premium, incentiva o usuário a fornecer o e-mail de forma voluntária.
- Formulários contextuais: convites sutis para cadastro no meio de artigos ou ao final de conteúdos relevantes aumentam a taxa de conversão.
- Integração com ferramentas de programática: garantir que a plataforma utilizada pelo publisher aceite hashed emails é fundamental para ativar os dados em escala.
O ponto central é sempre a transparência: deixar claro ao usuário por que o e-mail está sendo solicitado, como será protegido e de que forma será usado. Com consentimento e clareza, o publisher cria uma base sólida que gera valor tanto para a audiência quanto para os anunciantes.
Erros comuns a evitar
Mesmo sendo uma solução poderosa, a implementação de hashed emails pode perder força quando feita sem estratégia. Alguns erros recorrentes precisam ser evitados:
01. Coletar e-mails sem consentimento claro
Tentar aumentar a base sem transparência compromete a confiança do usuário e pode gerar problemas legais. O valor do hashed email está diretamente ligado ao consentimento informado.
02. Não alinhar com políticas de privacidade
Implementar a tecnologia sem atualizar termos de uso e políticas de privacidade cria brechas de compliance que podem reduzir a credibilidade do publisher.
03. Usar hashing sem integração estratégica
Ter uma base de hashed emails sem conectá-la a SSPs, DMPs ou parceiros programáticos limita o potencial de monetização. É preciso pensar em toda a cadeia de valor.
04. Focar apenas em volume, ignorando qualidade
Uma base grande, mas pouco engajada, não gera valor. O ideal é priorizar cadastros de usuários ativos e relevantes para os anunciantes.
05. Tratar hashed emails como solução isolada
O hashed email não substitui toda a estratégia de dados, mas complementa práticas de first-party data. Ele deve estar integrado a iniciativas mais amplas de coleta, segmentação e ativação.
Conclusão
Os hashed emails deixaram de ser apenas uma solução técnica de proteção de dados. Hoje, eles representam um ativo estratégico capaz de fortalecer a relação com a audiência, aumentar a previsibilidade das campanhas e valorizar o inventário de anúncios.
Publishers que começam a estruturar sua base agora estão construindo uma vantagem competitiva clara: tornam-se menos dependentes de terceiros, oferecem dados de qualidade para anunciantes e criam um ciclo sustentável de crescimento baseado em confiança e performance.
Se você quer entender como implementar hashed emails de forma segura, integrada e com foco em receita, fale com os especialistas da AdSeleto. Nossa equipe apoia publishers a transformar dados em oportunidades reais de monetização.